Université de Genève - Faculté de psychologie et des sciences de l'éducation - Sciences de l'éducation

 


Philippe Perrenoud
Aprender a negociar a mudança em educação
Curitiba : Editora Melo
2010





Os textos reunidos nesta obra foram lançados no ano de 2002, em Portugal, mas continuam sendo bastante atuais, pois nos deparamos com reformas escolares que fracassam, que são “maquiadas” ou não têm consistência, demonstrando todos os dias que, no âmbito da escola, as paixões, as ideologias e a defesa de interesses privados prevalecem sobre a solidariedade, a busca do bem comum e a construção de entendimentos perenes.


A escola vive numa oscilação constante entre reformas audaciosas, mas mal preparadas, aplicadas com muita rapidez e fruto da falta de entendimento, seguidas de fases de regressão, de retorno à ordem anterior. Tudo provoca o desestímulo dos professores e dos inovadores que, quando olham para trás, dizem: “Porque tanto esforço para tão pouca mudança”?

Se a orientação, as condições e o ritmo da mudança forem impostos, as reformas fracassarão, pois os atores do chão da escola as contestarão ou as boicotarão, ou ainda porque, sem se oporem abertamente, esses atores não conseguirão assimilar o espírito dessas reformas e passarão ao largo das suas finalidades. Os trabalhos realizados sobre a inovação mostram que há uma maior chance de êxito se os atores forem capazes de negociar a orientação, as condições e o ritmo da mudança.

A negociação terá pouquíssima credibilidade se surgir de maneira oportunista e calculista, para neutralizar resistências que, de outra maneira, seriam intransponíveis. Ela só terá efeitos reais se estiver inserida numa “cultura da negociação”, se for construída progressivamente e se for amplamente compartilhada pelos professores, pela direção da escola e pelos dirigentes do sistema de educacional.


 

Índice

1. A pilotagem negociada da mudança nos sistemas educativos
Negociar as reformas : alguns obstáculos
Pilotagem negociada e perícia

2. Pilotar as práticas pedagógicas ?
A regulação não autoritária das práticas
Estratégia prescritiva ou estratégia profissionalizante ?
Da pilotagem à intervenção frente a frente
Em conclusão : dilema

3. A inovação é sempre recomeçada… ou será que podemos aprender com a experiência dos outros ?
A transferência, uma ideia demasiado simples ?
Aprender com a experiência dos outros
A relação com o saber
A relação com a cooperação
Organizar sem impor : a pilotagem negociada

4. Dirigir em período de transformação ou crise, não será pura e simplesmente dirigir
Dois tipos de mudança planificada: atrasar uma reforma ou animar uma iniciativa de projecto
Crises do sistema e crises locais
Para concluir : fazer da necessidade uma virtude

5. Reformar a escola sem a desarticular: da decisão autoritária à pilotagem negociada
De quem é a responsabilidade da escola ?
Negociar: uma escolha pragmática, uma estratégia ganhadora
Conclusão provisória

Conclusão


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